segunda-feira, 30 de abril de 2012

O verso, não perfeito, mas como se jamais dito, qual estátua em museu antigo, sempre.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Gosto de apreciar os cacos de um copo partido. Mesmo que deles nos desfaçamos surgirão em algum lugar. Assim a vida, impossível descartá-la.

O tanto que quero o roçar dos teus dedos sobre o meu corpo. O poema pode ser doce mel a te levar à embriaguez do amor, à embriaguez da vida.

Vamos a cavalo; ele, o pelo quente, eu, pele de serpente...

Melhor que tudo a saúde. Mas sempre sou insana por você...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Matas o poema caso querias ensiná-lo a alguém. Lê, apenas. Deixa à tua voz, ainda que tíbia, o pouco a ser feito.

sábado, 21 de abril de 2012

O poeta me diz literatura não se discute. Eu completo é, tens razão e enfio uma faca no coração do poema...
Oh, deficientes de verdade... Talvez os versos meus, na minha idade...
Visita de um poeta: a literatura bate à minha porta, literalmente, ou será literariamente?

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tão difícil, sobretudo ao crítico, a selvageria das palavras. Por isso a canção lá nas alturas. Por isso a canção-literatura.

sábado, 14 de abril de 2012

Saudades, tenho apenas a tua imagem, falta-me o teu calor. Ainda não inventaram um meio para te tocar a pele através da tela do computador.
O poema era o rei, mas veio a revolução e decapitou o rei, decapitou também a rainha... Hoje ainda fazem poemas, poemas sem cabeça.
Pasárgada, eras amigo do rei? O rei nunca foi de muitas amizades...
Tantos os poemas, pergunto se ainda vale a pena... Tantos os poemas, que preguiça! Já não seguro a pena.
Oceano, escolhos que se espalham, onde aportam os navios?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Imperfeições... Gostas tanto das minhas imperfeições, te apaixonaste por minhas tortas mãos.
Poesia: Entendes a mim, ou estou a falar sempre outra língua?
Ficaria a escrever todos os poemas; persistiria no lema. Lema? Coisa da rua Direita, ou mesmo de imperfeições sempre aceitas.
A pá de cal não é ponto final; o operário retoca a marca do pênalti, o tiro quase sempre fatal!
Foi-se o poema, faltou-lhe o ponto final, mas tantas a leituras, o poema está aberto, a pontuação incorreta já não há de lhe fazer mal!
Naquela casa morou Romeu; noutra ponta da cidade, Julieta; não me venhas com mais amores se tantas são as dores. Eis o fio, lenço de linho.
Falei de todas as flores? Cantei todos os amores? Dizem que nada se esgota, esgotado só o artista, um filete de ouro e a pedra de ametista.
Tantos os contos escrevi, e sempre a mesma história; tão longo o bordado, e não desgruda o mesmo penteado!
Oh, repetem-me as rimas, fogem-me às pencas as tinas, e só o sabão (doce a espuma?) das minhas - a escorrer - mãos!

domingo, 8 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Queres poesia que encontre rima na alegria? Verso fugaz, fumaça do automóvel que compraste ontem e que logo deixarás para trás...
Temas perenes da poesia: vida, morte, amor, saudade, aleivosia... A dor, nas entrelinhas da alegria; pôr-do-sol, metáfora, agonia.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Oh, artimanha, um leitor na Alemanha! Que não seja antissemita. E me saiba pronunciar o nome... Mas não como quem grita.
O tempo vai mostrar que você me ama? O tempo me enterrará, e apagará o nome de quem me ama.
O pronome ama você? Segredo: mistura o "te" com "lhe", depois o "tu" com "você", então escolhe quais dos dois vai lhe querer..
Não tenha expectativas ante a poesia. Ela nada pode te proporcionar, apenas o travo amargado na língua, e a vontade de amar.
O poeta e o anjo torto: Não quero tanta gente atrás de mim. Bastam-me poucos. Os roucos e os loucos.
Queres de mim o amor? Estou sempre a presentear-te, plena de amor. Mas não entendes o que é o amor, nunca vês amor nos trêmulos gestos meus.
Autenticidade, marca de mercadoria? Autenticidade, na minha idade? Fragilidade, vaga ideia de justiça e o imponderável.
Tropeço nas palavras, vou bêbada de poesia, não sei te dizer da maresia, mas caio lívida de alegria, queres minha mão, aleivosia...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Às vezes sou o rio na cheia, grávida de palavras; outras, sou filete d'água, regato, palavras-águas que não me saciam, o tanto que me dói.
As cores servem-me para a degustação. Amarelo com vermelho no refresco de limão; abóbora com verde, lambo a ponta dos dedos, dê-me tua mão.
Criatividade, imaginação, a dor como fonte de inspiração.Poema sem estatura, a moda é a antiliteratura, afirmas. Mas amo tanto minhas rimas.
Amor de poesia, todo dia, mesmo que vão, mesmo que à revelia, amor ladrão, pinga-me a pele e me tinge de azul...
Saudades, sempre saudades, nada como olhar para frente e pensar apenas na esperança. Mas... como viver sem o passado?