quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Não penses em últimos andares. Os passos sempre são incertos. Cercas-te com grades? Com o tempo elas sempre apodrecem.
Formol, para conservar teu sangue.
Um rol, para lembrar teus gostos...
Não penses em aeroportos. O pouso é sempre difícil para quem não conhece o céu. E quem conhece o céu?
Lendas, estátuas, véus. Cobre-me com tua transparência.
Nua, na tela. De quem o quadro? Quem a modelo? Eu?...
Heroína? Qual delas? Dizes ter vivido intensamente os anos 1960. Tempo de heróis e de heroínas...
Curva do tempo? A flecha não escapa à gravidade. Meu tempo de poemas, retilíneo, a não-flecha, palavra leve, nega o tempo e o espaço.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Este óleo puro com que me unta o corpo, este teu amor fugaz que me faz brilhar e escorre para sempre no calor de uma noite.
Não vale a pena arriscar pouco. Maior o gozo quando se esquece a hipocrisia.
Escrever sobre a noite... poucas as luzes, apenas tua silhueta, meu o pecado.