domingo, 25 de maio de 2014

A primeira palavra, sempre haverá a primeira palavra. O que mesmo me disseste no primeiro dia, no primeiro momento. Um pronome? Ou meu nome?
A primeira palavra, sempre haverá a primeira palavra. O que mesmo me disseste no primeiro no primeiro dia, no momento. Um pronome?
Você não parece bem, disseste-me. É que a madrugada chega ao fim, te respondi, e me deixa apenas com a camisa sob a qual deslizaste as mãos!
Oh, não me roubes a varinha. Como tua fadinha fara reaparecer os panos que me compõem o pleno mistério?
Ele quis saber como era a minha cidade. Não sei, retruquei, sou eu a cidade, uma cidade nua, e você precisa perder-se nela...
Existem maneiras de evitar isso, afirmou ela, deixe-se levar pelo vento, é quente e sempre haverá alguém a lhe soprar o amor no ouvido.
Margarida - alguma literatura. Deu-me asas o homem. Em troca? Nuvens de algodão que me cobriam. Borboleta: http://margarida57.blogspot.com/2014/05/borboleta.html

sábado, 17 de maio de 2014

Partida a palavra. De um lado o lugar comum, do outro o abismo. Espaço tão estreito o da poesia. O poeta, um ser sempre à beira do suicídio.
Sente, o acre sabor das uvas. Sente, o vinho que ainda não percebeste...
Ah, o tropel dos dias... E os homens sempre montados.
Não me falem que as coisas querem ficar no meu poema... Elas são tão frágeis. Nem as palavras, muitas vezes, as seguram.
Tantas as relíquias, tantos os mortos. E eu a esquecer todos os nomes. E eu a pensar, às vezes, que ainda estou líquida...
A luz incendeia-me, minha boca, águas de outono, contraponto, salpicar de estrelas frias, cristais a eriçar-me os pelos...
Dizem que a paisagem é letal, onça que ronda a cerca mesmo farpada. Minha paisagem é horizontal, líquida, sol rumo ao poente.
Não comparo meu coração a alguma fera, quero-o tranquilo, na calma dos tempos, o amor é uma gata preguiçosa...

quinta-feira, 8 de maio de 2014