terça-feira, 28 de junho de 2016

Sou duas, eu que me faço e eu que me vejo. Às vezes ainda no interstício, espaço exíguo do entre mim. Sou então três.
Pedreira, as mãos em sangue, árduo o amor, amor pedra.
Nos deitamos. Dormimos? Já era a primavera.
Palavras não servem ao combate. Um ganso na lagoa.
Uma noite americana. Muitos tiros e eu de sandálias havaianas.
Cheiros, como o da manhã, ou de um perfume francês, teu hálito de chocolate.
Achados e perdidos: o que procuro? Perdi a mim mesma.
Talvez, sempre o talvez, o corpo vivo, película.
Abraças-me, abraço a baía, a luz é toda azul.
Meu corpo, a seda por um triz, o fio fino que queres destecer. Tua habilidade.
Planta, planalto, meu salto, palco.
Telefonemas cor de rosas, acenos azuis, meus lábios rubros de batom no almoço com você.
Manhã, gotas de orvalho, arrepio.
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Arrebatador. Arrebata-me interna, meu frio no estômago, meus intestinos. Amas ainda o escuro do meu beijo?
Escondestes minhas roupas. Queres a mulher nua no estacionamento. Deixaste-me a chave, e um carro que não sei dirigir.
Veludo a pele, fruta ao alcance, tuas as mãos. Em vão minha nudez?
Colhe-me; a árvore, estreita, o galho é baixo, fresca a manhã.
A poesia desfila, mais osso do que carne. Não te queres cão, e ao leão não mata a fome pouco pão.
Guarda tuas mãos, guarda-me no teu olhar, apenas.