quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Esquece a razão, talvez ela tenha existido devido a um fio de cabelo, meu ou teu, não importa. A razão é o lançar-se de um tigre sobre ti.
Não me fales que o mundo é um atoleiro; a vida é teu corpo, o meu, é nosso abraço, mesmo que tudo seja pintura.
Areias movediças... quando criança sempre temi as areias movediças; hoje já não sei se elas existem. Mas tinham tanto charme.
Minha epopeia, 24 horas para atravessar-me com a ponta de teu punhal.
Procuro uma palavra, melhor dessas que caem a esmo, jogada fora por quem não sabe adulá-la. Pior do que isso é não encontrá-la..

Bons desejos: não estrague a festa, todos abem que tudo passará.
Queira meu corpo, um beijo no rosto, e esqueça que toda poesia é naufrágio.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Explosões estelares, abismos, rotas em colisão, buracos negros... O planeta habitado, grão de areia, coração a amar.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Escadas, aonde me levais? Escadas, subir ou descer, acaso devo crer? Escadas, espadas, lâmina a cortar-me a sola dos pés.
Foge-me a palavra, lavra, ouro que se dilui; foge-me a palavra, aldraba, rio a fluir, mundo a ruir.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A carta, que o carteiro de ti me trouxe, mensagem cifrada, mensagem em branco; mas sei de tuas maneiras de dizer que me amas.
Preciosas, tuas palavras; esmeraldas nas mãos de explorador extraviado.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Subverte-me as palavras, tira delas o rastro de ser que cada uma traz no bojo e me deixarás louca, se loucura já não o é a minha poesia.
Avião, palavra a ruir o céu no momento em que te declaro amor.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Poema: Poucas palavras, três ou quatro; a linha do tempo; e a faca, comprida, afiada, para o próprio ventre, o corte na vertical, para cima.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

domingo, 18 de novembro de 2012

Procuras a crença, encontras a religião; procuras a ideia, encontras a filosofia; procuras a música que permeia o caos, encontras a poesia.
Poema: palavras partidas, a esmo, lascas de frase, voz, mais a música, a forma, o não sentido.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Forte o vento a fustigar-me a pele. Corte, do tempo, a riscar-me lépido. Caos, o amor (no fundo dor), a arder minh' alma.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Onde encontrar o motivo? Numa rosa, numa roda, na árvore da esquina, nas cores dos automóveis, na insuficiência de tuas palavras...
Amas a mim de maneira exacerbada; amas-me insuficiente...
São insuficientes tuas palavras, são insuficientes teus braços, teus dedos, o sonho de tuas carícias.
Usas as palavras para anunciar no muro a tua arte, usas as palavras para anunciar o teu disfarce...
Pálidas as palavras quando me desatas o desejo...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Queres-me vestida apenas de palavras, adornada de metáforas, rodeada de antíteses, nesta casa exígua onde mal me movimento? Sou um paradoxo!
Que susto! acordo ao teu lado, desfeita a magia da noite. Quieta e nua, quero desaparecer sob as cobertas. Onde a silenciosa chave da porta?

sábado, 13 de outubro de 2012

A cidade do futuro, pós-humana. Não mais haverá pernilongos... Mas, e você?
Tuas mãos passeavam-me, abriam janelas indiscretas.
Depois me olharás. Mas apenas com os olhos...
Lembra-te da parede contra a qual me abraçaste numa noite azul-marinho? Lá ainda estão as marcas invisíveis do nosso amor.
A cidade existe fora de mim, mas não sou fora dela.Casas da minha rua, ou de ruas alheias moldam-me o espírito.Homens anônimos constroem-me.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Concreta: a casa, grossas as paredes, duradouro o madeirame, vidros ainda intactos. Onde as pessoas?
Palmeiras. A terra não é tua, não é minha. Exílio: voou o sabiá.
Pós-humano: células implantadas em teu cérebro. Assim sabes mais história, geografia... Talvez até aprendas dizer bom dia.
Carne. A peça dependura no açougue. Tão vermelha como nenhum verso.
A árvore lança o verde que faltava.
Tento a poesia fora de mim, no objeto. Uma pedra, o sal, água do mar. Poesia concreta, esqueça o eu lírico, esqueça a/o poeta.
Cruzaste Gibraltar? Mas nunca saíste de Atenas...
O museu. a mão do pintor no quadro de Monalisa.
Estrangeiro, o viajante, sempre. Construções, tudo construções. Cimento, tinta, madeira, resina. E a montanha.
A montanha é algo concreto diante dos meus olhos, dos teus. Mas antes e depois de nós é uma não-existência. Fundou o mundo o primeiro olhar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Como ser poeta? Não sei... não sei. Leia todos os livros; depois, o filho. E que não seja prematuro.
Sempre às quintas, tento novos poemas, sempre às quintas, te namoro, num hotel de Moema.
Fazer arte com palavras... Tanto que não me digas impropérios. Palavras, perfídias, significados outros,adultérios. Serei pintor de paredes.
Os russos, sempre os russos; a música, a literatura... Pela arte mede-se a estatura.
Contraltos,luzes apagadas, minha voz, mas me olhas os saltos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estrangeira, vejo-te de longe, vejo-te verdadeiro.
Não sei, não; ou sei, sim. A poesia é sempre afim.
Quantas as polegas? Medes meu rosto para guardar-me em tua carteira.
Poeta do arrabalde. Leva-me o verdureiro.
O deserto inspira fantasias. O deserto levanta-me o véu...
Agarra-me através de minhas palavras.
Narciso matou-se no rio. Feri minha testa em todos os espelhos...
Tantos os espelhos. Já não sei por onde seguir. Onde vou, dou comigo mesma...
Lemos nossos sonhos, lemos nossos poemas, lemos nossa face no espelho.
Não sei, não. Mas esse calor, fez que alguma coisa se soltasse.
Ou, filosofias, queres saber o início? Tudo começou com um beijo!
Torneira que goteja sem parar. Atenta, dizes-me, cuida da água que é pouca no mundo. Mas as palavras, fonte travada? Leva-me ou lava-me...
Não me queiras a palavra mágica. Melhor o show, enquanto faço desaparecer teu rosto complacente...
Demonstrações: palavras, gotículas da cachoeira que se estende, apenas posso enxergá-las.
Difíceis esses poetas de hoje. Melhor o Classicismo, ou o Arcadismo, quem sabe o Romantismo... Oh, as palavras apenas e a subversão ao pai.
Ruas tortas, encanto de trapézios, geometria, o salto, do mendigo andaluz, que se perde (ou se acha, não sei) entre a bebida e a cruz.
Escrever o dia inteiro, descobrir-me nua num espelho. Frágil a lâmina, mais frágil minha imagem se derrama.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Tu me lês em Amsterdã? Suas no verão em Moscou... Em Lisboa se fala português. Mas preferiste o Concerto de Aranjuez.
Saudade de meus leitores. Sê albatroz, veleja sobre a praia, mergulha. O peixe vai longe das minhas mãos.
Perde-me a obra, vão meus poemas. Vã, eu? Vai, disseste-me, Trocas-me, o troco, trocadilho. És peralta, armadilho...
Vil, eu? Ou viste a mim? Ah, nessa altura, vamos ambos vis.
Quero todos os poemas,quero o dicionário, todas as possibilidades, a gramática e seus ardis. Mas em pé, olho a ti, e me admiras vil.
Não me esqueças, apenas me apoquenta, no calor que se anuncia..

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Às vezes esgotam-me as palavras, desaparecem as ideias. É hora então de pegar pra ler um livro, e me perder em suas entranhas.
Ser escritor não é escrever entre duas margens. Mas encontrar uma terceira.
Sabe o que é morar perto do mar? É escutar sempre seu rugir, suas explosões. É saber que à noite, enquanto vou insone, arriscam-se pescadores.
Margens estreitas a de meu rio; se em dois passos o atravesso, como encontrar a terceira?

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Despertador. O poeta é um fingidor, finge tão completamente... que até onde há o amor, semeia e encontra a dor.
Demorei-me? A poesia às vezes falha em meu despertador.
Sopra-me, preenche meus poros com teu sal...
O mar é belo visto da praia. Mas do oceano, em meio a tempestades, temeridade.
O mundo em desconcerto... Primo pelo acerto. Mas as velas, sopram outros ventos.
Saudades da minha terra. Qual terra? Em todo lugar sou estrangeira.
Parafusos, enrosco-me; tuas mãos, o torno.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sonho: onde as amarras?
Conceitos: acordos desfeitos...
Manhã: asas...
Envergonha-te? É o mundo...
Ausência, apenas minhas mãos.
Presente: dou-me a ti.
Trapezista, salto, sempre a confiança no outro.
Trapezista, salto, sempre a confiança no outro.
Pêndulos, movimento constante, atração pela terra, gravidade.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Poeira, cortina revelada pela luz do sol, poesia envergonhada, mulher nua a poder cobrir-se apenas com as mãos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Calça-me, meus pés em tapete de relva, cosquinhas, pontas de ardor, espero subir sobre teu corpo, sobre teu calor, levitar, céu sem nuvens.
A cidade cobre-me, um véu, meu o calor...

sábado, 21 de julho de 2012

Cheira a cor, apalpa o invisível, Choca-te o experimento? Palavras suam em dias de inverno...
Sente o cheiro, experimenta o chocolate, examina a cor, apalpa a textura. Invisível a poesia?
Cada palavra tem sangue próprio. Cada poema é um corpo, com perfeita individualidade.
Poeta, canta tua incapacidade, aí terás o que chamam de poesia.
Oh, literatura, palavras mal ajambradas em sintaxes à revelia... Oh, literatura, o dicionários apenas, sem fratura.
Podes tirar o sentido de cada palavra, também podes esquecer-te do calor do meu corpo. Não és capaz, porém, de esquecer que um dia te amei.
Esquece a moda literária, guarda em teu caderno algumas palavras, Inebria-te com elas. Não podes evitar o álcool que goteja de cada sílaba.
Queres a mim? Toma um pouco de minhas palavras, tenta o pouco de sumo capaz de saciar tua sede.
Cobre-me, com um dedo de teu calor...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sopra-me a pele com o calor dos teus pulmões, ainda que teu ar seja breve e se perca entre amantes e náufragos, nesse porto dos desejos.
Publicas o amor, mas com ele a dor; publicas o calor, com ele suor; publicas o ardor, mas não encontras a flor.
Escalas montanha noturna, teus dedos te sustentam, frágeis artelhos. Escalas meu corpo, noite soturna, me despes, tão frio, a bruma.
Teu rosto, nada de sol, nascente ou posto. Teu rosto aponta direções. Quem sabe, desgosto...
Fugiram-me as palavras? Devaneios, narrativas. Escamoteio.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desandei todos os planos, mergulhei em aeroplanos. Mudei o sentido das frases, da lua descobri cinco fases...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Criança, quis entrar pruma escola de poetas.Mas logo descobri que as escolas... Então percebi que seria a pessoa mais só em todo esse mundo.
O principal inimigo do poeta é ele mesmo. Ser poeta é acreditar que a escrita é possível.
Tantos corpos tem o poeta. Mas não os pode ver o leitor: o poeta é uma nuvem baça, ou um ente sempre apaixonado. O poeta é um fingidor!
Deixaste tua terra, ganhaste novo lugar. Ganhaste? Suspiras por tua terra, suspeitas do novo lugar. Descobriste: não és de lá nem de cá.
Quantas vezes morremos? Segundo M Bandeira duas, de corpo e de nome. Bem fazem os poetas, eles não morrem. Eis Camões, no boteco da esquina!
Amor tuiteiro: deixa o corpo falar; com palavras a gente não se entende...
Antiguidade? Somos um casal postal, namoramos, um namoro epistolar... Facebook não tem graça. Onde a carta do meu amor, Mr. Postman?
O mistério do mundo. Pois qual será o mistério do mundo? Mergulho fundo, saio com o corpo molhado, e o sol a se esconder, Mistério mudo.
Fala-se tanto sobre a arte de fazer versos. Metade da obra dos poetas é sobre isso. Mas não falo nada, apenas assovio; minha música.
Nas ondas do mar, quero a espuma, meu vestido de noiva. Comprido o vestido. Mas apenas o vestido, deixo pra você o noivo..

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Teces com o fio de Penélope? Teces o fado de Odisseus...
Caos, todas as palavras do dicionário; sentido, a linha do teu sorriso.
Fetiche: esconde-me todo o corpo, xales e mantos, deixa-me de fora apenas os olhos, e ainda assim dirás que vou nua.
Manejar todo o alfabeto, desejo sempre secreto.
Outro dia alguém disse que Manoel de Barros "despalavra" a realidade para fotografar o mundo. "Despalavras", digo, o achamento da poesia.
Epopeia: equilíbrio na linha do dia.
Epopeia: equilíbrio na linha do dia.
Cheiros e cores, sonho de padaria; linha vermelha na máquina de costura, flâmula do dia; rio de boca cheia, varal de alegria.
Menor a poesia, ambrosia; melhor o paladar de quem fia.
Cadinho de voz, saudade atroz.

domingo, 10 de junho de 2012

Cometas, meteoros, estrelas cadentes, Quimeras vazias pra minha poesia. Melhor a indiferença, às vezes a indecência, orfandade, ausência.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Desliza tuas mãos sobre minha pele úmida, experimenta-a; há de alimentar-te, sempre o leite.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ocultar a poesia sob um véu, as palavras.
O amor não combina com palavras, corpos falam, carícias entre si.
O sol não existia antes dos olhos.
O que impede o sono? A pedra do sono.
Não ter olvido, passar incólume, ahistórica.
Não ter ouvido, passar incólume ao desvario.
Cansa-me esse tempo de poemas levanta-umbigo; cansa-me sorrisos que disfarçam fé prestes a ruir. O poema é fraco, precário, uma poeira.
Palavra, como a pedra, como a pá, lava de vulcão jamais extinto.
A paz... Na verdade não existe paz, nunca existiu; estamos sempre em pé de guerra, embora sorrisos petrificados.
Para o poeta, toda terra é estrangeira.
Odre: o verbo depois do vinho, poema sublime.
Voltar atrás, quantas vezes?
Voltar atrás, quantas vezes?
Fios de náilon, atar-me-ás ao meu amor ou me envolverás o pescoço para me deixar dependurada?

domingo, 3 de junho de 2012

Itinerário, faíscas urbanas apontam o caminho. A noite cai, cibernética. A Lagoa espelha os postes de luz. Ainda os peixes.

sábado, 2 de junho de 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Não me olhes através do espelho. Na verdade, enxergas a ti mesma.
Poema, fala-se a um auditório vazio. Apenas uma senhora (e surda!), na última fila.
Poesia de papel, incêndio a me levar o poema e as cinzas. Poesia no computador, tantos os vírus... Pior, poeira em Sirius...
O mundo prático, papelaria, lápis, canetas, teclado de computador; onde o poema?
Fugaz a poesia, uma lista de compras, não consta, na última linha ainda mantimentos...
Uma rainha nunca é um rei. O máximo que pode pedir é um pouco de paciência.
Espelho, riscas no rosto, rei posto.
Ainda a morte, a tarde que se vai, um rol... Sempre achamos que muito resta a fazer quando, talvez, o melhor ficou atrás.
Escrever a tarde inteira, o fio, o tecido, senhora a tricotar, tantos os poemas, cachecol...
O poeta e o escritório: Trabalho e clientes, lembranças da vida comercial.
Desliza a tarde, sem alarde, na sombra que escorrega no piso da sala. Sobe a parede, chega ao parapeito, à janela e atira-se suicida.
Escorre-me o sangue pela extremidade de um dedo, escapa-me a lembrança de tua face no albor dos dias...
O poeta não é um campeão. O que ele pode comemorar, senão a brevidade dos dias?
Perde-se tanto, muitas as derrotas. Não se cobre o sol com a peneira dos dias.
Tantas vezes morremos. Pouco a pouco, na brevidade dos minutos que nos escapam.
A borboleta cintila suas asas de sol. Efêmera a borboleta, efêmeras suas asas. Por isso, a beleza.

sábado, 26 de maio de 2012

Largo o espaço da poesia, mas obscuro, túnel no tempo, buraco negro, onde a incerteza do silêncio ecoa.
Uma estante de livros, tantas as histórias, alguns poemas, um mundo invisível. Como descobri-lo?
Quando não há poemas? O silêncio. Ou poucas as palavras. A rua, a árvore da esquina, o sol.

domingo, 20 de maio de 2012

Frágil a vida, equilíbrio precário sobre fio de arame, como as palavras, como a poesia.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A poesia chega séria, olha o mar, quer ajudar, rima amar. Mas sai seca, ossos na mandíbula de cães.
Controle de diabetes: És tão doce. Não posso te namorar.
Desloca-se o objeto, bananas no quarto de dormir. Talvez assim você tenha a poesia. Ou será o desastre?
Atividade do dia: supermercado. Gôndolas, mas não estou em Veneza.
Leitores do meu blog, na Rússia e na Alemanha fala-se português. Tantas as visitas. Enquanto em meu país, saio pela porta dos fundos...
Política: escondo-me atrás de três moças, que disputam um namorado.
De uma charge de Chico: Verdades, são tantas, mas sempre no calabouço.
Poça, sol ao avesso, poesia.
Espelho de sol na poça. Fim da chuva, inicio do dia.

sábado, 12 de maio de 2012

A menina acorda, vai até sua mãe. Ela ainda dorme. A infância é amiga das manhãs.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A mulher vai nua. Não há o amanhecer. Na verdade não há o tempo. O gozo é único e eterno.
Alguém já olhou a cidade pelo rés-do-chão? Ela é tão horizontal...
São tantas as pernas nesta cidade, pernas coloridas, pernas em negro, pernas nuas, pernas sérias (de gravata?) Acho que vão ao Fórum.
Na esquina, o sinal luminoso demora a abrir. As pessoas estão juntas esperando pela luz verde... as pessoas estão sempre juntas.
Não me perguntes por que escrevo tão pouco. Antes o poema surgia do espanto. Hoje não há com que se espantar.
A empregada segura sua vassoura e varre a entrada do edifício, varre um pedaço de jornal onde um poeta deixou para a posteridade seu poema.
Escadas, levam aonde? Meu cachorro não precisa de filosofia.

sábado, 5 de maio de 2012

Tão bonito um lápis, elegante, todas as possibilidades na ponta fina do grafite.
Oh, socorro, uma hemorragia! Poemas se derramam dos meus dedos...
Vou fazer ponta ao lápis, melhorar a letra, ouvir de longe quem beletra e, quem sabe, retornar secreta...
Não tente deter Cronus, ele parece tão inofensivo...
O tempo passa, e vejo meus traços se acentuando, no espelho do quarto de vestir.
Assim como brilha, logo apaga, a poesia fugaz dessas páginas digitais...
Festa dos sentidos, a noite se avizinha, pulsa quente o corpo da cidade, corpo de todos, e que vai quente, à espera do momento de amor.
Tão confusas essas teclas... quase a poesia vai em outra língua, numa em que ninguém poderia decifrar-lhe o sentido.
Trapo, o meu corpo depois de o tateares,,, O amor.
A preguiça me domina, fica o lápis guardado na gaveta. E minha poesia escapa-me, mas vai muda.
Poucas as palavras, espaço exíguo essa rua, quase viela, em que derramo minha língua europeia. E tu, que não precisas de verbos quando amas.
Adoro a cidade e seus artifícios, passar à noite como estrela fugaz por rua em que a névoa friorenta escapa. E tu a mergulhares o meu corpo.
A maresia, meu corpo salgado, e o vento que vem de longe... A quentura das minhas mãos dentro do bolso do casaco.
Ontens e amanhãs, espero-te. Onde o tempo?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Longínquo o som das vozes alheias. É o mundo que continua a existir. Da janela não vejo quem conversa. Esse vozerio bem daria um belo poema.
Calos nas mãos, esbarro na louça que enfeita a mesinha da sala, Um pratinho cai mas não quebra. Suspiro um poema. Alívio.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Os raros momentos de solidão e de silêncio são, na maioria das vezes, a pura poesia.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O verso, não perfeito, mas como se jamais dito, qual estátua em museu antigo, sempre.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Gosto de apreciar os cacos de um copo partido. Mesmo que deles nos desfaçamos surgirão em algum lugar. Assim a vida, impossível descartá-la.

O tanto que quero o roçar dos teus dedos sobre o meu corpo. O poema pode ser doce mel a te levar à embriaguez do amor, à embriaguez da vida.

Vamos a cavalo; ele, o pelo quente, eu, pele de serpente...

Melhor que tudo a saúde. Mas sempre sou insana por você...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Matas o poema caso querias ensiná-lo a alguém. Lê, apenas. Deixa à tua voz, ainda que tíbia, o pouco a ser feito.

sábado, 21 de abril de 2012

O poeta me diz literatura não se discute. Eu completo é, tens razão e enfio uma faca no coração do poema...
Oh, deficientes de verdade... Talvez os versos meus, na minha idade...
Visita de um poeta: a literatura bate à minha porta, literalmente, ou será literariamente?

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tão difícil, sobretudo ao crítico, a selvageria das palavras. Por isso a canção lá nas alturas. Por isso a canção-literatura.

sábado, 14 de abril de 2012

Saudades, tenho apenas a tua imagem, falta-me o teu calor. Ainda não inventaram um meio para te tocar a pele através da tela do computador.
O poema era o rei, mas veio a revolução e decapitou o rei, decapitou também a rainha... Hoje ainda fazem poemas, poemas sem cabeça.
Pasárgada, eras amigo do rei? O rei nunca foi de muitas amizades...
Tantos os poemas, pergunto se ainda vale a pena... Tantos os poemas, que preguiça! Já não seguro a pena.
Oceano, escolhos que se espalham, onde aportam os navios?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Imperfeições... Gostas tanto das minhas imperfeições, te apaixonaste por minhas tortas mãos.
Poesia: Entendes a mim, ou estou a falar sempre outra língua?
Ficaria a escrever todos os poemas; persistiria no lema. Lema? Coisa da rua Direita, ou mesmo de imperfeições sempre aceitas.
A pá de cal não é ponto final; o operário retoca a marca do pênalti, o tiro quase sempre fatal!
Foi-se o poema, faltou-lhe o ponto final, mas tantas a leituras, o poema está aberto, a pontuação incorreta já não há de lhe fazer mal!
Naquela casa morou Romeu; noutra ponta da cidade, Julieta; não me venhas com mais amores se tantas são as dores. Eis o fio, lenço de linho.
Falei de todas as flores? Cantei todos os amores? Dizem que nada se esgota, esgotado só o artista, um filete de ouro e a pedra de ametista.
Tantos os contos escrevi, e sempre a mesma história; tão longo o bordado, e não desgruda o mesmo penteado!
Oh, repetem-me as rimas, fogem-me às pencas as tinas, e só o sabão (doce a espuma?) das minhas - a escorrer - mãos!

domingo, 8 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Queres poesia que encontre rima na alegria? Verso fugaz, fumaça do automóvel que compraste ontem e que logo deixarás para trás...
Temas perenes da poesia: vida, morte, amor, saudade, aleivosia... A dor, nas entrelinhas da alegria; pôr-do-sol, metáfora, agonia.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Oh, artimanha, um leitor na Alemanha! Que não seja antissemita. E me saiba pronunciar o nome... Mas não como quem grita.
O tempo vai mostrar que você me ama? O tempo me enterrará, e apagará o nome de quem me ama.
O pronome ama você? Segredo: mistura o "te" com "lhe", depois o "tu" com "você", então escolhe quais dos dois vai lhe querer..
Não tenha expectativas ante a poesia. Ela nada pode te proporcionar, apenas o travo amargado na língua, e a vontade de amar.
O poeta e o anjo torto: Não quero tanta gente atrás de mim. Bastam-me poucos. Os roucos e os loucos.
Queres de mim o amor? Estou sempre a presentear-te, plena de amor. Mas não entendes o que é o amor, nunca vês amor nos trêmulos gestos meus.
Autenticidade, marca de mercadoria? Autenticidade, na minha idade? Fragilidade, vaga ideia de justiça e o imponderável.
Tropeço nas palavras, vou bêbada de poesia, não sei te dizer da maresia, mas caio lívida de alegria, queres minha mão, aleivosia...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Às vezes sou o rio na cheia, grávida de palavras; outras, sou filete d'água, regato, palavras-águas que não me saciam, o tanto que me dói.
As cores servem-me para a degustação. Amarelo com vermelho no refresco de limão; abóbora com verde, lambo a ponta dos dedos, dê-me tua mão.
Criatividade, imaginação, a dor como fonte de inspiração.Poema sem estatura, a moda é a antiliteratura, afirmas. Mas amo tanto minhas rimas.
Amor de poesia, todo dia, mesmo que vão, mesmo que à revelia, amor ladrão, pinga-me a pele e me tinge de azul...
Saudades, sempre saudades, nada como olhar para frente e pensar apenas na esperança. Mas... como viver sem o passado?

sexta-feira, 30 de março de 2012

O vento atira-me de um lado a outro,mas já não o percebo; a pele salga, mãos negras, algas, o fogo lá no alto; e me quero a amar, tão logo!
Qual a matéria da poesia?Toda, mesmo a pilhéria.Que matéria do dia a dia?Sempre deletéria.O que me move arredia?A falta, pauta que me guia.
Trabalhadores do mar, explorais o negro minério, riqueza inesperada achada talvez em má hora, estrangeiros todos os impérios, Respiro óleo?.
Ficção? Ah, ontem, sempre o passado, há quem não viva sem uma lembrança. A rua, alguém na manhã nova e fresca, que destino hei de lhe dar?

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pecados e pecadores, o corpo sempre interditado. Pecados e pecadores, o corpo sempre amordaçado. Permitido? Apenas como ideia, os amores.
Cordas, são tantas: as do violino, do piano, do violão. Puxas a cortina? Talvez as do relógio; ah, o tempo...Cordas, uma para o meu pescoço.
Bicicletas? Antiga a roda que gira, e vai o mundo todo puxado por uma corrente. Atlas já não sustenta a Terra...
"Amor Próprio"
Cacos junto à pia, um copo quebrado. Embriagada. Entusiasmo ante a minha própria companhia.

terça-feira, 27 de março de 2012

Como querer palavras para dizer toda beleza? Não há palavras, talvez não existam belezas. Apenas pontos de vista, impressões, e mais nada.

sábado, 24 de março de 2012

A capa do dia, talvez máscara, casca do dia a dia, talvez árvore. Onde a seiva? Vê a mim, sou caule. Não queres a luz; sugar-me-ás, áurea?
Catadores, o dia a dia, o alimento pesado, medido, transformado... Oh, por que não queremos saber dos nossos resíduos?
Tudo na vida cansa, menos o amor, seu viço, seu serviço, o amálgama do seu calor.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Por que queres minha pele nua, descoberta, sob o chuvisco noturno? Deixa-me a chover, a transbordar todas as gotas do amor que sinto por ti.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Aprecia o som das palavras, as pausas, o efeito tênue de um semitom.Acostuma teu ouvido à beleza da voz humana. Procuras um sentido? Ora...
Ouves a música? Não será música, talvez. É a força contra a qual nada podemos. Também te trocaste pela máquina mercante? Sem ela, infante?
Ouviste os tiros? São nossos fardos,os carregamos durante tanto tempo. Ouviste mais uma vez? Quem há de ser por nós? Nossos filhos, talvez.
A terra nos cola ao corpo, o vento gotejando, poeira, o grito mais agudo que o osso.
A secura das palavras. cana no agreste, pássaro solitário, mudo; o assobio, mas apenas o vento.

sábado, 17 de março de 2012

Tão curto o tempo. Lamento. Onde o poema? No vento.
Margarida, tantas as flores. Margarida, tens mil amores. Amores? Sinônimo de dores.
Aperta-se cá e a palavra escapole lá. Cerca-se o verbo, aparenta ser tão terno, mas vem o vendaval e leva-me a roupa do varal, inferno.
Tanto tempo sem resposta e tantas as apostas. Como no jogo de sinuca. E eu, dou beijos de mil sabores, todas as frutas,
Brincadeira, sementeira, gravetos na lareira, e meus poemas... quero que me leia. Não! Poesia não se regateia.
Mora, demora, não chora, que vou fora de hora, agora...
Meu amigo me escreveu dizendo que da palavra amor se tira tanta coisa. Até um ramo, caso eu aceite, de Roma, seus juros de mora.
Existem tantos assuntos neste mundo, e vais mudo, ou como o rio, apenas o rumorejo.
Vaidade: a palavra certa, o texto enxuto e aprumado como seta. Sobre o que falar? Aí já não se acerta...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Sexta à tardinha, ocaso da semana comercial. Às primeiras manchas no céu, estrelas e mais estrelas; à minha cabeça, peço que me tires o véu.
Poucas as palavras, única a frase, o lusco-fusco ante a noite que se avizinha no deserto.
Invado tua língua, transbordo-me, palavras e sintaxe estrangeiras, deixo nos teus lábios o sabor amargo do exílio.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Cota-se a bolsa, Tóquio, Seul, Cingapura. Leiloam-se moedas:euro, real, o dólar. No afã não se compra poesia. Bom, que não vá mal, mas pura.
A língua nos aproxima, mas preferimos as palavras que nos afastam.
Chuva e sol como metáforas; primeiro, as lágrimas; segundo, afagos; onomatopeias e hipérboles sensuais. Perco-me entre a natureza acidental.
Amor inconcluso: Você e minha gramática, erro de concordância.
Escrever, tanta a vontade, ampla a possibilidade, mas quais as palavras? Foge-me o assunto, lobo astuto, rápida a raposa, a mim só espinhos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Passeio pelo presente, tão exíguo, e meus passos pequenos como jamais. Mas vou, equilibrista, ainda que alta e curta a corda.
Escrever, tanta a vontade, ampla a possibilidade, mas quais as palavras? Foge-me o assunto, lobo astuto, rápida a raposa, a mim só espinhos.

domingo, 11 de março de 2012

Critica o meu comportamento, mas não peças depois para me atirar em teus braços. Não tenho todo esse talento.
Poda da uva, cachos que se misturam à minha embriaguez.
Às vezes, à hora tardia, no vestíbulo da viagem noturna, teu corpo, ainda que imaginário, arrebata-me ao arrepio, enquanto rolo pela cama.
Melhor sempre o sonho do que, insone, amargar o lento avançar da noite.
O fruto de hoje nas mãos, só o de hoje, nada mais.

terça-feira, 6 de março de 2012

Tanto o trabalho, duras as penas. Mas se gostamos, ainda que duras, decolam como asas as penas...

domingo, 4 de março de 2012

Queres me sempre no crônometro último, sombra noturna e escorregadia, o risco constante; surpreendam-me pupilas doiradas, homens matutinos.
Saudade... Presença do ausente, mas apenas na névoa frágil, fugaz como o domingo.
Fugidio o pássaro, fugidio o tempo, fugidio o domingo. Quanto durará a sessão de cinema?

sábado, 3 de março de 2012

Tão curto o espaço. Mas de que me valeria larga a casa? Perder-me-ia em seus cômodos vazios.
Ó Musa, sutenta meu canto enquanto escrevo, é o único momento em que existo.
Nua, quero que me namores até finda a madrugada. Esqueço de uma vez por todas os poemas, as palavras. Nossa língua apenas, nossos corpos...
Às vezes para escrever um poema é preciso friccionar pedra com pedra até sair faísca.
Um dia vence a argumentação. Mas até lá muitos os mortos, mártires da revolução.
Palavras, palavras, tão frágeis ao som do trovão.
Tão difíceis as manhãs sem ti. Perdida a música com que me despertavas. Tempos de guerra. A poesia não tem poder quando salgada a terra.
Quantas vezes tenho de dizer que este sol me enlouquece e faz que meus poros procurem os teus...
Deixa-me nua, leva minhas roupas, sempre te amarei, ainda que louca.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Nos dias de hoje já não é preciso paz aos poetas. Poemas trafegam em meio aos autos, e vai o poeta, ser vulgar, também a poluir o ar.
Às vezes na falta de inspiração, vem você na contramão...
Carícias as palavras, minha a lavra. Ouro em pó? Te dou pedaço de pão-de-ló. Preferes outro presente, sonata em dó... Melhor meu corpo, só.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Tens coragem de me abandonar mesmo depois de tantos poemetos? Compreendo que com outros te comprometas. Sabes da aragem? Ao céu a plumagem.
Manhã em que procuras novidade, feliz mensagem, notícia que te tira a desvantagem. Lês meu poema, talvez não o entendas, tantas as bobagens.
Bons os dias, dizes. O sol, o mar, a brisa, sem tempestades e à noite o luar. Bons os dias, respiras, e te fias, carretel prestes a acabar.
O coração sempre aos saltos, e sempre o desacato. Ainda me queres, dizes, e com recato. Pedes calma. Fazes-te lato. Mas abandonas. Distrato.
Quando chegas para dizer que me amas? Às vezes, penso: tudo, invenção minha. Tanta a sede, e seca a vinha, já não basta ao pescador a rede.
Rede que deixa passar todos os peixes, escapadas sempre desiguais, talvez virtuais. Distantes os nós que compuseram essa rede, minha a sede.
Cata-me, leitor, sou percevejo; já disseram, dos insetos o mundo em que sobejo.Cata-me, leitor, rol infindável, em que ilha perdida te vejo?
Perdido o poema? Submerso, milhões as mensagens, rol infinito, todas as línguas. Perdida eu, milhões os poetas? Bilhões, habitantes ascetas.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Tão difícil o poema em meio às atribulações do dia; o poema, espasmos da vida; a quem nos mata, lealdade; espada suicida na mão de quem fia.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oh, ainda o Carnaval, não me leve no bloco, vou sozinha, queridinha vou "in loco". Carnaval, na minha cidade ñ acaba, sempre a felicidade.
Um sonho acordado, sonho verdadeiro. Contigo? O abismo beiro. Mas o perigo me faz mais te amar, Apolo desvairado!
Ele se chamava Léo? Beijos cor de mel... Frutos nos postes de luz, tua a cruz.
Tanto o sol, miolos à flor da pele; de chapéu vou ao céu, mas no calçadão de Copacabana não me deixes ao léu!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Longe dos filhos, o exílio. Ah, suas imagens, a informática, comunicação? Ítaca perdida, Ática, naufrágios no Eugeu. Maior sempre a solidão.
Já pensaste em te deter junto a mim, beijar-me e desisitir, não de mim mas de tua pressa?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Uma amiga não quer a liberdade, e olha que ela voa tanto, é comissária de bordo. Tem todos os homens atados a si. Segredo? Olhos de ressaca!
O mundo regido pela razão, como se isso fosse possível. Acho mais crível o mundo sob a égide da ração!
Queria tanto ter juízo. Quem sabe, um livro. Queria saber onde piso, saudades do dente siso. Queria lançar-me, mas tão alto... sem aviso.
Apareço-te, mas desapareço com tanta facilidade. Talvez, a minha idade... Quem sabe, a modernidade. Apareço e desapereço, descartabilidade!
Kant, tão bem... Oh, formação dos imperativos, que não sejam os categóricos!
Vieram-me perguntar: como ser poeta no twitter? Eu lá sei. Mas peguem as palavras, combinem-nas entre si, ouçam-nas. Soam bem? Depois... ai!
Tão bom o amanhecer, tanto que não me atrapalhem os ruídos da rua; tão bom o amanhecer, que não me revele nua; tanto prazer, na cama tua...
Tanto a divertir-me: festas, danças, carnaval; o meu corpo nas tuas mãos, mesmo que escorregadio. Perde-me que não mais darei por ti.
Quiseste-me nua, eis o teu desejo; quiseste-me sua, eis o teu desejo; mas dizes que vivo no mundo da lua; eis que de ti me protejo.
Ventania, mesmo assim abro a janela, quero que chegues, mesmo em sonhos de fim de verão.
Tempos e ideias; estas, muitas, quanto ao tempo que não me leve o vendaval...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Teu perfil a iluminar todo um mundo, luzes, estrelas que não se apagam. O universo é uma maçã.