terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Andam à procura da palavra mágica. Mas todas as palavras são mágicas. Depende da tua voz.
Ando em busca do sublime. Acho-o no invisível do dia.
O chão, só passamos dele com a morte. Às vezes a morte nos leva ao andar de cima.
Hora do retorno. Calmo os dias.
Uma loja de móveis usados. Nada mais interessante. Guardo-me na passagem do tempo.
Lânguida, valho por quantas mulheres? Queres apenas uma? Sou, então, demais.
Anêmona, vale o som, apenas.
Viçosa, a rosa. Roda a fortuna, qual a casa?
Um oceano o amor, às vezes também dói, mas aí já não é amor.
Em ondas, respingos de sal, lembranças dos lábios teus.
Crepúsculo Círculo dourado, vento sul; no mar, rendas desfiadas.
Regras de condutas. Tão boa a nudez. A civilização marcha do fim para o início.
Vosso direito! Tão difíceis as segundas pessoas.
Era necessário acabar. Mas os recomeços são tão enfadonhos.
O verso fundamental?, mas qual o fundamento? Ao fundo de todas as coisas...
Tanto tempo guardada a pena, ou a caneta, não sei; saudades dos meus amigos.
Nada de mártires nem martírios, apenas o prazer.
Olhos verdes?, os pés bem atrás, posição que me permite ver a cor das meias.
Passageiros... As vias cada vez mais expressas, a vida mais rápida, o tempo deixa seus traços sobre todas as peles.
Paciência, mãos que acolhem o desconhecido, olhos perdidos na bruma da manhã.
Voz que escuto, será o teu amor? A pele dá sinais da tua presença, cachos a me cobrir os olhos.
Cada lugar uma história. Minha voz ao amor, meus lábios ao beijo.
Olhos sempre bem abertos. Mas me surpreendes quando me beijas, eu guardada dentro dos meus olhos.
Tempo de migrar, o inverno dourado, casacos marrons.
Celsius, o teu nome? Ou a medida da minha temperatura ?
Noite fria. Mas de tua boca sai um beijo a 36,5 graus.
Vocês conhecem a Amazon? Deem um pulinho lá, procurem meu romance "Se houvesse sol", barato que só...
Será que preciso de um livro de poemas? Já estão todos aqui. E tantas vezes a me escaparem.
Procuro nas páginas dos jornais. Tantas as notícias... Cansaço. Paro num anúncio de automóvel. O trânsito. Vias adversas.
Um poema nunca é um poema. É preciso esperar um século. Até lá já estarei morta. Será?
O primeiro era azul, depois me quiseram cor de rosa. Preferi, então, o preto. Segundo os entendidos, não se trata de uma cor.
Três da trade, a alma delirante. Como te amar em francês?
Tarde, cheiro de café, sabor dos teus lábios.