terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dorme, deixa que meus olhos escrevam sobre tua pele, em silêncio.
As vogais, o nome, terminas em explosão.
Alma, consegues adivinhar-me os pensamentos. Estás a privar-me da pele, único invólucro meu.
As folhas bebem, verdes árvores sob o sol, bêbedas de poesia.
Estás preso à vida? Enlevo. Papagaio, raia, fino o cordel.
No banco traseiro do táxi, minhas pernas nuas...
Espanto-me, o desconcerto, refaço o mundo, palavras, construções, ocres as pedras.
O poeta existe. Palavras traçadas pelo sol.
A voz da claridade clama-me, devora-me, dourada; eu, leite da primeira hora.
Oh, furtos, roubas-me às escondidas. Deixa-me o coração.
A praia, o sol tímido, 21 graus, os braços cruzados sob os seios. Biquíni.