quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Branca, a nuvem
ameniza-me o sol.
O verso de um poeta,
sobrevivência, a rua,
O nome na placa,
em Espanhol.
O canto do poeta
pode tornar-se hino,
liberta.
O canto do poeta,
na estante,
a traça liberta...
O tempo conferiu-me antiguidade.
O tempo conferiu-me seriedade.
Já não ando  nua,
como aos dezesseis anos.
Revoluções,
vai minha palavra,
arma afiada,
arma de papel...
Delírios,
Prazeres,
Gozos.
Nego a morte?
Libertinagem,
trago a bandeira.
Mas ficou mesmo as cinzas,
das horas.
Olvido,
não cabe aos poetas.
Consagração,
mesmo que após a vida.
Pétalas.

sábado, 22 de novembro de 2014

Enfio-me na própria pele, disfarço-me, sou flor, pena que não duro, mas quem? Com tu, ou sem...
Melhor o gato, ser de outro mundo, um mundo em câmera lenta, mundo que me tenta. Melhor o gato, a saltar o desconhecido.
Apaixonei-me, mas não por ti, pela vida breve, pra não sei por que serve, que todos desejamos leve...
As vitrinas espelham o me desejo. As vitrinas, Narciso a apreciar-se, pronto ao consumo.
Fotografias, queres a minha imagem, queres para ti ou para todos? Acho que desejas o Facebook!
Presentes, calçados, uma bota comprida, até os joelhos, presentes, tuas mãos a subir-me as pernas...
Tantos são os nós. Embaraço-me. Desatam-se. Tantos são os sós...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sei que sempre há solução.
Sobretudo se nos sabemos bonitas.
Sempre salva quando ao relento nua...
Vênus tornou-se deusa ao convencer
os homens que era o modelo da beleza.
O vigia da noite me encontrou nua...
Ah, o vigia da noite
se tornou meu amante!
Queres a mim depois da corrida?
Exalo o amor, é o que dizes.
O amor, exalado de minhas axilas...
Flores sobre o muro,
Pétalas sobre o calçamento,
não alcanço seu frescor...
Sou o perfume.
Bequinho,
a sebe,
cerca que me despe.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tanta a malícia
E tu a dizeres que a Estrutural
é periferia.
Musas que cantam e te inspiram.
Meu corpo.
Não consegues tocá-lo.
Mas és rico em imaginação.
Um cavaleiro tem sua amada
apenas nos sonhos.
Ante das cinco da tarde,
o cachorro.
Apenas.
E uma montanha de lixo.
O solo ferve,
mesmo madrugada.
Ao seu pescoço dependuro-me.
O amor carnal vem do fundo da Terra.
Cavaleiros
levam-me em alma e corpo.
A noite,
Medieval.
Um senhor,
relógio de correntinha
surpreende-se ante meu vulto,
na noite de Ouro Preto.
Córrego,
desembocando no grande rio,
as árvores escuras,
cabeleira que se mistura
se estende ao céu noturno.
eu, a pele branca.