quinta-feira, 25 de julho de 2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Em viagem, dirigir um automóvel entre as árvores, descer a montanha. Quem sabe a poesia seja uma manhã assim, o sol, o céu azul?
Neste inverno do Sul, esconde tuas mãos, guarda-te no meu casaco marrom.
Gramado, o frio, minhas mãos quentes... Sentes?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Leva minha seda rosa, meu casaco marrom. E me deixa azulada antes do amanhecer.
Querias a minha caneta. Querias minhas palavras. Mas como dói tornar ideias algo material. Mais nobre, mais erótico é apenas o desejo.
A ponta dos teus dedos são frias. Deslizas na flor úmida, ainda antes do sol.
É proibido passear. Meu corpo são todas as vias. Olha-o primeiro. Não escolhas a contramão.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Destes uma sacudidela em meu interior. Todos os meus órgãos te respondem. Mas não tens meus pensamentos.
Estou vencida. Levaste minha pele, queres minha alma.
Rua inacessível a minha. Nunca me encontras. Talvez temas o beco sem saída do amor, talvez por isso tão longes de mim sempre estás...
Amores revelados... Vela meu sono, ele é passageiro. Depois, pega na minha mão, segura meus braços, experimenta meu calor.

domingo, 14 de julho de 2013

Espelhos multiplicam a minha imagem, espelho multiplicam o teu retrato. Espelhos vãos, sempre a solidão.
Amigos, lembrados em hora tardia, amigos, talvez razão da vida, amigos, vida dividida.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Derruba-me, encharca-me. Mas no final não esqueças de me trazer a toalha!
Fibras, sempre fibras, eu, você, nossos músculos. Fibras, sempre fibras, o coração e outros órgãos tão importantes quanto.
Festejas sempre, aniversários de nascimento e outras datas. Festejas sempre... Festas à minha ausência.
Caminhos mal-iluminados, apenas as estrelas, pirilampos em trilhas incompletas. Chegarás à minha pele?
Portas escancaradas... aberta à minha entrada. Mas sei que não poderás trancá-las. Já não possuis a chave.
Contas a mim histórias de amor. Oh, onde meu rei e seus cavaleiros? Parte-me. Onde excalibur?
Cicatrizes despertam lembranças, cicatrizes são memórias vivas. Quais as cicatrizes do amor? O amor não deixa cicatrizes...

Propriedade

Sou dona de me próprio corpo, de minhas mãos, das possíveis carícias que serão capazes de produzir. Apenas.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Nascente

Fui até a nascente do rio, mas não era ali que ele começava...

Duas vezes

Sonhei duas vezes com você. Numa, amavas-me; noutra me querias distante. Fiquei com a distância, assim sabia-me mágica.

Nascer

O que é nascer? Nasce-se verdadeiramente quando se entende que a vida é impossível.

Águas

Águas circulares: o rio que me deixou nua não pode me vestir com as mesmas roupas!

A ética

Spinosa descobriu que Deus é a natureza. Sendo ela inclemente tanto aos bons como aos maus, já não se tinha a quem temer. Então, a ética.

Habituado

Sê habituado com o mundo. Sempre há de te faltar uma peça. Convive sem ela, e faze da falta teu objeto de amor...

Único

Foste o único que amaste duas vezes a mesma mulher? Sabes do rio que passa ali adiante? Ele me ama tanto, que suas águas passam sempre duas.

Os nomes

Os nomes... Por que temê-los tanto. Os nomes enganam, não o meu corpo, o corpo de uma mulher.