terça-feira, 14 de dezembro de 2021

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Mudança

O prédio alto, dos últimos andares é possível ver o mar. Minha filha: mãe, aqui não vamos ter jardim? Vamos, sim, daremos um jeito.

Entardecer

A cidade vai-se apagando, um horizonte imaginário, outras luzes vão se acendendo, as primeiras são os faróis dos automóveis.

Burocracia

O trabalho sobre a mesa. Fui a janela olhar a montanha. As árvores namoravam a primavera.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

À tardinha

Há um momento da tarde em que sentimos um vazio. O que fazer para preenchê-lo? Alguns bebem, outros fumam muito, e há quem procure amantes. Sério, amar ajuda a esquecer o tal vazio. Mas ele está lá, o tal vazio, e sempre de volta. Não há litros de bebida, rolos de tabaco, de haxixe, nem penca de amantes que possam mantê-lo esquecido.

Verão

Deus insolente, a grama iridescente. Não estou no palco, nada de prender a respiração, nem friozinho na barriga.

sábado, 9 de outubro de 2021

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Vazio dos meus dias

Alguém dirá:" preenche-os com poemas". Os poemas sempre foram um meio de fugir dos vazios da vida. Eis alguém que sabe de poesia melhor do que os poetas.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Onde andará Lacan?

O consultório ficava num imóvel sobre as lojas. Da janela, contraste ao meu inconsciente, dava pra ver a rua.

Comunicação

 Compartilhávamos os não ditos, éramos bons nisso, a verdadeira retórica.

sábado, 25 de setembro de 2021

Todas as noites.

A noite não é a mesma em cada cidade, em cada vida. Há uma para cada gosto, para cada amor. A noite dos jovens é agitada, entre copos de cerveja e, depois, braços que os acariciam. A noite das pessoa de meia idade tem um quê de nostalgia, talvez inveja dos tempos breves da juventude. Já a dos velhos é triste, despovoada, desejo de silêncio, escura, apenas o cansaço, pouco o sono, e o desejo impossível de que o dia amanheça.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

sábado, 11 de setembro de 2021

Infância

Lembro que o sol passava por uma fresta da janela, percebíamos que entardecia, ainda brincávamos. A tarde era tão longa.

Mãe

Ela segurava minha mão, não tinha muitas palavras, e sabia que ficaríamos juntas pouco tempo. 

Lição

Temos palavras para as crianças? Como dizer que durante a vida todas procuramos o prazer?

domingo, 5 de setembro de 2021

sábado, 4 de setembro de 2021

Alimento

As vilas e seus arredores nos sustentam o espírito, seus habitantes são tranquilos, o tempo é comprido e a vida parece mais longa.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Brutalidade

 Sexo sem furor.


Magoar-me?

 Falsa palavra.

Escuro

 Bom pra andar pelada.

Acima do mundo

 A minha cabeça.

Ele sonha

 Prefiro não comigo.

Margens

Dizem que, nos rios, são três, depois do famoso escritor... Outro dia ouvi falar na quarta. Prefiro a da folha de papel.

Primeiro copo

 Aproveito, de rabo de olho nota tua excitação.


terça-feira, 17 de agosto de 2021

Vermelho

As folhas da amendoeira ficam vermelhas no outono.
Lembram as tonalidades do batom,
diversos matizes,
As folhas da amendoeira sempre caem no outono,
e são folhas que marcam a passagem da estação.
De quantos outonos lembro quando era menina?
Catava folhas no quintal sem associá-las à passagem do tempo.
Mas há outonos que duram uma vida inteira,
que brotam folhas e as deixam escapar.
O que não muda é a cor, o vermelho.
Muito vermelhas as flores do outono.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Inverno

Para percebê-lo, não se pode ser uma pessoa comum. É preciso ser um pouco transparente.

domingo, 25 de julho de 2021

Prosaica

 Uma nota de cem. Compra-me um quilo de farinha de trigo.

Erótica

Esta linguagem a mil por hora, escapando-me na curva de cada verso. 

Outono

Qual era o sabor da fruta mesmo?

Mudanças

Andamos sempre no mesmo lugar.

Rostos?

Olha-me pelas costas.

Poesia

Embate.

Modernista

Ah, esqueça, já se passaram cem anos.

Olímpico

Nadas tão bem. Apaixonei-me por tuas espáduas.

Retrato

Esqueça, Cronus não poupa.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Cerejeiras

 Aqui, não as há. mas a imaginação.

Bicicleta

Querias roubá-la, pensei ao te ver atrás de mim. Mas desejavas mesmo era  o meu coração. 

Sedas

Tão longe o fio, a natureza. Meu corpo nu.

Cartões de crédito

Meus olhos; tuas, as mãos. Compras a mim.

Orquídeas

Tronco das árvores, ruas internas do Posto 6.

Jardim Botânico

As costas no chão, foto das copas mais altas.

Fotógrafo

 No detalhe, a pata do animal.

domingo, 18 de julho de 2021

terça-feira, 8 de junho de 2021

domingo, 6 de junho de 2021

Da série: exposições

O triunfo de Baco, de Velásquez.

Da série: exposições

Estudo mão. Desenho preparatório para Guernica.

Da série: exposições

El perro, de Goya.

Luzes podem ser frias?

E a chuva esvaziou a praça.

Ele era rico

E eu me incomodava com isso.

Teatro de bonecos

A música, acho que um baião, e todos a se mover, miniaturas.

Cinema

Quantas luzes para uma cena?

sábado, 8 de maio de 2021

Prematuros

Quase todos os poemas. Mas, se não se precipitam, natimortos.

A gaveta

Guardas tua fantasia.

A morte do poeta

Ele acha que ainda tem coisa a dizer, mas não sabe que é seu primeiro poema.

Mastros

Aves marinhas.

Corpo

Cócegas para saber se existo?

No Catumbi

E cantavas tanto as mulheres...

Esquiva

Dizer, e já a palavra é outra coisa.

Cor dos mapas

Eu percorria as cidades, e não havia o Google Earth.

Espartilhos

Sonha-me o poeta.

Dar-te em espetáculo

Eu não fugiria.

sábado, 1 de maio de 2021

domingo, 11 de abril de 2021

Primavera

Meu coração, o primeiro amor.

Poço

Cavo horas até encontrar água, e ela não me serve.

Tanto o colorido

Mas melhor o poema gris.

Circunlóquio

Tuas mãos, nenhuma palavra.

Penhas

Nem santa nem nome de mulher. Rochedos castigados pela maré.

Outono

Sopra-me o vento fresco, como um casamento ainda no início.

Treliças

Listra-me o sol

domingo, 21 de março de 2021

Turismo: Tailândia

Minhas mãos tão macias.

Turismo

Pantheón, Paris, meus heróis estão mortos.

Turismo: Madri

Jovens americanos, num bar, arredores da Praça Major.

Da série: exposições

Estudantes, no Reina Sofia.

Da série: expósições

A garçonete, no Café do Museu do Prado.

Da série: exposições

A guardiã, ao lado de Rembrandt.

Máscara

Teus olhos verdes.

domingo, 14 de março de 2021

terça-feira, 9 de março de 2021

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

sábado, 13 de fevereiro de 2021

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Anjos

Nome de poeta. 

Luz

Apenas o contraste. 

Astros

Não gosto deles,
talvez, tudo, grande ilusão.

Gozo

Voa,
sentes o impulso?
Minhas mãos.

Mistérios

Nas veias de chips e circuitos;
duas voltas ao planeta,
recebes meu correio.

Cindir

Procuras espátulas,
o poema esquadrinhado,
não o eu despistado.
Aliás, músculas espáduas.

Ciência

Aeronave a propagar a espécie,
azul, disseste-me certa vez. 

Necessidade

Quiseste-me nua,
acocorada.
O que esperavas?

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Instalação: mulher invisível 43

Calcinha e sutiã sobre a toalha,
areias da praia.

Laguna

Embriagastes sobre meu ventre.
Água da vida.
Não posso transbordar.

Roupa do corpo

Enamorei-me de um ladrão.
Não tenho nada a oferecer.
Aliás, a pele.

Exílio

Meu país já não existe,
tornou-se província de um país vizinho.
Qual gentílico anterior?

Praia

Derramas a colherinha de sorvete na cava de meu umbigo.
Logo, a fonte;
da fonte, sulcos.
Não abrandas a tua sede.

Vitrificação

Meus lábios plenos de mel,
afastas as abelhas.