sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desandei todos os planos, mergulhei em aeroplanos. Mudei o sentido das frases, da lua descobri cinco fases...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Criança, quis entrar pruma escola de poetas.Mas logo descobri que as escolas... Então percebi que seria a pessoa mais só em todo esse mundo.
O principal inimigo do poeta é ele mesmo. Ser poeta é acreditar que a escrita é possível.
Tantos corpos tem o poeta. Mas não os pode ver o leitor: o poeta é uma nuvem baça, ou um ente sempre apaixonado. O poeta é um fingidor!
Deixaste tua terra, ganhaste novo lugar. Ganhaste? Suspiras por tua terra, suspeitas do novo lugar. Descobriste: não és de lá nem de cá.
Quantas vezes morremos? Segundo M Bandeira duas, de corpo e de nome. Bem fazem os poetas, eles não morrem. Eis Camões, no boteco da esquina!
Amor tuiteiro: deixa o corpo falar; com palavras a gente não se entende...
Antiguidade? Somos um casal postal, namoramos, um namoro epistolar... Facebook não tem graça. Onde a carta do meu amor, Mr. Postman?
O mistério do mundo. Pois qual será o mistério do mundo? Mergulho fundo, saio com o corpo molhado, e o sol a se esconder, Mistério mudo.
Fala-se tanto sobre a arte de fazer versos. Metade da obra dos poetas é sobre isso. Mas não falo nada, apenas assovio; minha música.
Nas ondas do mar, quero a espuma, meu vestido de noiva. Comprido o vestido. Mas apenas o vestido, deixo pra você o noivo..

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Teces com o fio de Penélope? Teces o fado de Odisseus...
Caos, todas as palavras do dicionário; sentido, a linha do teu sorriso.
Fetiche: esconde-me todo o corpo, xales e mantos, deixa-me de fora apenas os olhos, e ainda assim dirás que vou nua.
Manejar todo o alfabeto, desejo sempre secreto.
Outro dia alguém disse que Manoel de Barros "despalavra" a realidade para fotografar o mundo. "Despalavras", digo, o achamento da poesia.
Epopeia: equilíbrio na linha do dia.
Epopeia: equilíbrio na linha do dia.
Cheiros e cores, sonho de padaria; linha vermelha na máquina de costura, flâmula do dia; rio de boca cheia, varal de alegria.
Menor a poesia, ambrosia; melhor o paladar de quem fia.
Cadinho de voz, saudade atroz.

domingo, 10 de junho de 2012

Cometas, meteoros, estrelas cadentes, Quimeras vazias pra minha poesia. Melhor a indiferença, às vezes a indecência, orfandade, ausência.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Desliza tuas mãos sobre minha pele úmida, experimenta-a; há de alimentar-te, sempre o leite.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ocultar a poesia sob um véu, as palavras.
O amor não combina com palavras, corpos falam, carícias entre si.
O sol não existia antes dos olhos.
O que impede o sono? A pedra do sono.
Não ter olvido, passar incólume, ahistórica.
Não ter ouvido, passar incólume ao desvario.
Cansa-me esse tempo de poemas levanta-umbigo; cansa-me sorrisos que disfarçam fé prestes a ruir. O poema é fraco, precário, uma poeira.
Palavra, como a pedra, como a pá, lava de vulcão jamais extinto.
A paz... Na verdade não existe paz, nunca existiu; estamos sempre em pé de guerra, embora sorrisos petrificados.
Para o poeta, toda terra é estrangeira.
Odre: o verbo depois do vinho, poema sublime.
Voltar atrás, quantas vezes?
Voltar atrás, quantas vezes?
Fios de náilon, atar-me-ás ao meu amor ou me envolverás o pescoço para me deixar dependurada?

domingo, 3 de junho de 2012

Itinerário, faíscas urbanas apontam o caminho. A noite cai, cibernética. A Lagoa espelha os postes de luz. Ainda os peixes.

sábado, 2 de junho de 2012