Despertador. O poeta é um fingidor, finge tão completamente... que até onde há o amor, semeia e encontra a dor.
Demorei-me? A poesia às vezes falha em meu despertador.
Sopra-me, preenche meus poros com teu sal...
O mar é belo visto da praia. Mas do oceano, em meio a tempestades, temeridade.
O mundo em desconcerto... Primo pelo acerto. Mas as velas, sopram outros ventos.
Saudades da minha terra. Qual terra? Em todo lugar sou estrangeira.
Parafusos, enrosco-me; tuas mãos, o torno.
Conceitos: acordos desfeitos...
Envergonha-te? É o mundo...
Ausência, apenas minhas mãos.
Trapezista, salto, sempre a confiança no outro.
Trapezista, salto, sempre a confiança no outro.
Pêndulos, movimento constante, atração pela terra, gravidade.
Sopra-me todos os ventos, precário equilíbrio, difícil alento, ponte pênsil.
Asas, escapo-me. Pouso? Ouso, no ar talvez o melhor lugar.
Estrelas no espelho dos meus olhos, céu que não consegues alcançar...
Poema incompleto, palavras, por mais que sejam, sempre a marcar uma falta.