quinta-feira, 27 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Estrangeira, vejo-te de longe, vejo-te verdadeiro.
Não sei, não; ou sei, sim. A poesia é sempre afim.
Quantas as polegas? Medes meu rosto para guardar-me em tua carteira.
Poeta do arrabalde. Leva-me o verdureiro.
O deserto inspira fantasias. O deserto levanta-me o véu...
Agarra-me através de minhas palavras.
Narciso matou-se no rio. Feri minha testa em todos os espelhos...
Tantos os espelhos. Já não sei por onde seguir. Onde vou, dou comigo mesma...
Lemos nossos sonhos, lemos nossos poemas, lemos nossa face no espelho.
Não sei, não. Mas esse calor, fez que alguma coisa se soltasse.
Ou, filosofias, queres saber o início? Tudo começou com um beijo!
Torneira que goteja sem parar. Atenta, dizes-me, cuida da água que é pouca no mundo. Mas as palavras, fonte travada? Leva-me ou lava-me...
Não me queiras a palavra mágica. Melhor o show, enquanto faço desaparecer teu rosto complacente...
Demonstrações: palavras, gotículas da cachoeira que se estende, apenas posso enxergá-las.
Difíceis esses poetas de hoje. Melhor o Classicismo, ou o Arcadismo, quem sabe o Romantismo... Oh, as palavras apenas e a subversão ao pai.
Ruas tortas, encanto de trapézios, geometria, o salto, do mendigo andaluz, que se perde (ou se acha, não sei) entre a bebida e a cruz.
Escrever o dia inteiro, descobrir-me nua num espelho. Frágil a lâmina, mais frágil minha imagem se derrama.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Tu me lês em Amsterdã? Suas no verão em Moscou... Em Lisboa se fala português. Mas preferiste o Concerto de Aranjuez.
Saudade de meus leitores. Sê albatroz, veleja sobre a praia, mergulha. O peixe vai longe das minhas mãos.
Perde-me a obra, vão meus poemas. Vã, eu? Vai, disseste-me, Trocas-me, o troco, trocadilho. És peralta, armadilho...
Vil, eu? Ou viste a mim? Ah, nessa altura, vamos ambos vis.
Quero todos os poemas,quero o dicionário, todas as possibilidades, a gramática e seus ardis. Mas em pé, olho a ti, e me admiras vil.
Não me esqueças, apenas me apoquenta, no calor que se anuncia..

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Às vezes esgotam-me as palavras, desaparecem as ideias. É hora então de pegar pra ler um livro, e me perder em suas entranhas.
Ser escritor não é escrever entre duas margens. Mas encontrar uma terceira.
Sabe o que é morar perto do mar? É escutar sempre seu rugir, suas explosões. É saber que à noite, enquanto vou insone, arriscam-se pescadores.
Margens estreitas a de meu rio; se em dois passos o atravesso, como encontrar a terceira?