Chineses espreitam meus poemas.
Que querem eles se nem sabem a minha língua?
Talvez minha pele amarela,
talvez meus olhos de odalisca!
Um piano antigo
e suas músicas plenas de silêncio concerta-me a sala..
Recupero a infância.
e os verões de piano em todas as tardes.
Oh, os verões,
Como suspiro por eles.
Tão quentes que chego a maldizê-los.
Mas no inverno,
sinto-os no calor baço
do meu corpo.
Suspiro.
Confessionário.
Nada de religião.
Não se confessa em poesia.
Vive o artista,
Sente,
E um dia morre.
Sempre parecemos com alguém.
Como espelhar a mim mesma?
Parecer é sempre ser.
Sê como realmente és, dizes-me.
Mas isso não tem graça alguma, respondo.
Sê verdadeira.
Ora, isso jamais será poesia!
Pedes-me um poema,
Dou-te um cachorro quente.
Perguntas pela mostarda.
Ofereço-te ketchup...