sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Posto no dia de hoje uma série de poemas passados que tento recuperar do Twitter, com objetivo de torná-los de mais fácil acesso aos letores. Espero que os apreciem.

Vejo teu rosto (serás mesmo tu?) no entremear de algumas luzes, na praça General Osório.
13 Nov
Margarida Souza

Esquecer? Como é possível esquecer aquele beijo que me destes?
13 Nov
Margarida Souza

Lembranças, não sei se boas ou ruins, mas nos construímos com lembranças...
13 Nov
Margarida Souza

Flutuar, névoa a cobrir meu rosto, olhos por trás dos teus.
8 Nov
Margarida Souza

Amores próximos, amores juntos a mim. Por que não o êxtase, o corpo a corpo, eu comigo? O sol, nuvens ralas, peneira, banho-me, minha a luz.
4 Nov
Margarida Souza

Às voltas junto a ti... Ando em círculos ou sou lua destemperada que cambaleia em tua órbita?
3 Nov
Margarida Souza

Namoros, como cores, qual a mais vistosa? Prefiro o brilho dos teus olhos!
1 Nov
Margarida Souza

Estupidamente, a paixão; ou delicadamente?
1 Nov
Margarida Souza

Fuga, ou a construção de um novo sentido?
1 Nov
Margarida Souza

Poesia, um fruto, o filho após o amor, uma gestação.
26 Out
Margarida Souza

Cética, eu? Sou tão apaixonada. Vejam minhas palavras, sempre um fio, carretéis, manchas no tapete...
26 Out
Margarida Souza

Casa-se de todos os modos, até consigo mesma, como a chinesa. Será que era chinesa? Será que casou mesmo?Pelo tempo já dever estar separada.
26 Out
Margarida Souza

A mocidade não vai acabar! Ou vai? Não sei. Mas minhas palavras pingam ardor de moça sempre enamorada.
26 Out
Margarida Souza

Voltas no caminho, palavrório, amores que se perdem...
26 Out
Margarida Souza

Palavras ao sol, aqueces, mas podes queimar-me; palavras úmidas de sereno, frescor, mas às vezes todo um inverno. Palavras, qual a medida?
24 Out
Margarida Souza

Tão bom escrever sem compromisso, deixar que as palavras fluam, sem querer dizer isso ou aquilo, apenas o rio e suas águas vagarosas.
21 Out
Margarida Souza

Paisagens: procurar tua face nos rostos dos homens que passam, as ruas apinhadas, sempre lembrar que te escondes atrás da falsa claridade.
21 Out
Margarida Souza

Há palavras que voam; outras grudam; há também as discretas, sempre cobertas por ligeiro véu, podem ser sol, podem ser lua, as dos poetas.
19 Out
Margarida Souza

Onde a poesia? São tantos os poetas... Onde a poesia, de cupido a seta? Poesia, em traje de gala, mas sempre descoberta.
18 Out
Margarida Souza

Quantas vezes terei de dizer teu nome? Dura o tempo quando te grito a esmo. Cesto de frutas, fui. Cobiçaste-me enquanto houve em ti a fome.
17 Out
Margarida Souza

Não me foge o poema, mas às vezes o tempo, pena, sempre em riste, não esqueço a ti marmórea ode...
17 Out
Margarida Souza

Lacaniana: esse desejo sempre circular, sempre a contornar o objeto, sempre a retornar ao desejante. Esse sujeito que aflora, inescondível.
7 Out
Margarida Souza

Freudiana: a metáfora, o que digo nunca é o que digo...
7 Out
Margarida Souza

Fantasia, queres tudo, até minha máscara? Dou-ta, mas o encanto dos meus olhos, jamais esquecerás.
7 Out
Margarida Souza

Fantasmátco, o teu desejo; fantasma eu, nas tuas noites insones.
7 Out
Margarida Souza

Calma! Não te aflijas, a nua sou eu, são minhas essas palavras.
7 Out
Margarida Souza

Sereno, gotículas que me vestem, gotículas que me despem...
7 Out
Margarida Souza

Esquece que atravessei a nado, esquece que estou nua...
7 Out
Margarida Souza

Atravesso a nado. Banha-se duas vezes no mesmo lago? Heráclito morava à beira de um rio. O tempo, as mesmas águas...
7 Out
Margarida Souza

Lanternas sobre meu corpo enquanto dura a noite; lanternas amarelas; rubro o desejo.
7 Out
Margarida Souza

Antes do amanhecer me pões, pública, em exposição; vem vindo o sol, desejas a mim ou o meu pudor?
7 Out
Margarida Souza

Pontes, sempre as pontes, aonde me levam? Oh, ainda me atiro de uma delas...
7 Out
Margarida Souza

Versos, contos (alguns tão eróticos!), duas novelas e um romance. É tudo que tenho!
7 Out
Margarida Souza

Luvas... Toco apenas o pano, percorro a fibra lisa do desejo.
7 Out
Margarida Souza

Mangas, não a fruta, mas o desejo. Mangas, sem a blusa.
7 Out
Margarida Souza

Esperar-te é convulsionar-me. Encontrarás a cama fria, nenhum rastro, nenhum corpo.
7 Out
Margarida Souza

Inquietante, sempre inquientante a vida. Quantos os movimentos desde o amanhecer até o momento em que se deita? Inquietante os sonhos...
7 Out
Margarida Souza

Reviro a alma, ou será o corpo?
7 Out
Margarida Souza

Emudeço. Meus dedos, congelados. Mas meu coração irradia todo o sol. Como poderás compratilhar minha linguagem, meu silêncio de fogo?
7 Out
Margarida Souza

Perfume que se espalha pelo ar, é o que sou. Corre, não és capaz de agarrar o aroma? Pena não possuíres esse poder. Guarda-me o cheiro. Só.
7 Out
Margarida Souza

Derramo-me em constelações, explosões inacabadas, pena que sejas outra galáxia.
7 Out
Margarida Souza

Espreitas fechaduras? Vem a mim, espreita-me por inteira!
7 Out
Margarida Souza

Sísifo era mulher: Ardo numa pira antiga; meu castigo é jamais acabar o fogo.
7 Out
Margarida Souza

Azul do fim do mundo; explode-me a alma, vermelha, enquanto houver desejo...
7 Out
Margarida Souza

Sou dividida em duas metades redundantes: a primeira grudada a teus lábios; a segunda untada a tuas mãos compridas, simbiose de prazer.
7 Out
Margarida Souza

Tudo são ciclones, carregam-me, deixam-me nua, esquecem que sou tua.
7 Out
Margarida Souza

Singular, quando tenho o teclado a minha frente, o prazer de escrever um poema; plural, quando vens a mim, quando toco tuas mãos, teu sol...
7 Out
Margarida Souza

Lá fora o pálido inverno, cá dentro arde o sol avassalador...
7 Out
Margarida Souza

Interiores: cabides de madeira, onde penduro o meu desejo.
7 Out
Margarida Souza

Não consigo escrever poesia, aborrecida; não consigo, não, quando muita a preocupação; consigo, sim, ao ver tuas mãos, teu anel, lua de mel.
30 Set
Margarida Souza

Meu poema, escrevo-o com os pés, passadas sobre o espelho, calçadas do centro da cidade.
30 Set
Margarida Souza

Oh, muros, sempre os muros, uns caiados, outros pintados, e você a premer minhas costas a um deles, sem saber o que há do outro lado.
30 Set
Margarida Souza

Poesia metafísica, dia em que não saio sem roupa, mas que duvido de minha alma...
30 Set
Margarida Souza

A vitrine da livraria da Travessa me basta, na Sete de Setembro, a vitrine alimenta a minha poesia de sexta-feira.
30 Set
Margarida Souza

Cinelândia, o prédio do teatro e o da biblioteca, viagens, homens que se perderam mundo afora sobre um banqueta, diante de livros...
30 Set
Margarida Souza

Quem foi que trouxe a mendiga para a poesia, com todo o seu mal cheiro, mas presente ainda o sorriso de princesa?
30 Set
Margarida Souza

Escrever é preciso, mais ainda escrever a cidade, com suas calçadas mal alinhadas, piso de pedras soltas, o passo torto de um menino.

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